Efeitos da pandemia na pré-escola

Em 2020, crianças de pré-escolas privadas e conveniadas à rede municipal do Rio tiveram significativas perdas de aprendizagem e de aptidão física na comparação com o grupo das que estavam em pré-escolas em 2019. Os prejuízos foram significativamente maiores no grupo das mais pobres, o que fez aumentar a desigualdade verificada logo no início da trajetória escolar. Essas são as principais conclusões de um estudo divulgado pelos pesquisadores Tiago Bartholo e Mariane Koslinski, do Laboratório de Pesquisas em Oportunidades Educacionais da UFRJ, com apoio da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

No total, a pesquisa acompanhou o desenvolvimento de 671 crianças matriculadas em 21 escolas da rede conveniada e privada da cidade do Rio de Janeiro. Dessas, 460 frequentaram o segundo ano da pré-escola em um contexto de normalidade em 2019, e 211 crianças frequentaram o segundo ano da pré-escola em 2020, em um cenário pandêmico. Para chegar aos resultados, todas as crianças participaram de testes individuais, em dois momentos, que permitiram medir o desenvolvimento delas ao longo dos respectivos anos letivos.

Os resultados sugerem impactos em diferentes dimensões do desenvolvimento infantil. Entre os principais dados, o estudo observou que o fechamento das escolas afetou o aprendizado das crianças. As crianças se desenvolveram em um ritmo mais lento, o que significou uma perda de até quatro meses no desenvolvimento delas em linguagem e matemática, se comparado com o desenvolvimento das crianças em 2019. O impacto é maior do que o observado em pesquisas internacionais – em geral perdas de 2 a 3 meses.

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